Sobre restrições de mudança linguística na escrita

O estudo a ser apresentado focaliza a incorporação na escrita de fenômenos de mudança na língua falada que, no entanto, encontra restrições para entrar na escrita. Na pesquisa, eu me concentro na emergência e no espraiamento da construção <b>muitas das vezes</b> em alternância com <b&...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Mollica, Maria Cecilia
Formato: Objeto de conferencia
Lenguaje:Portugués
Publicado: 2012
Materias:
Acceso en línea:http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/42634
http://jornadasfilologiaylinguistica.fahce.unlp.edu.ar/v-jornadas/Mollica.pdf/view
Aporte de:
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Mollica, Maria Cecilia
Sobre restrições de mudança linguística na escrita
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description O estudo a ser apresentado focaliza a incorporação na escrita de fenômenos de mudança na língua falada que, no entanto, encontra restrições para entrar na escrita. Na pesquisa, eu me concentro na emergência e no espraiamento da construção <b>muitas das vezes</b> em alternância com <b>muitas vezes</b>, que encontra semelhança com o fenômeno do dequeísmo. Partindo do pressuposto de que o acréscimo da preposição é resultado de um processo de cruzamento sintático, procuro demonstrar que a forma <b>muitas das vezes</b>, percebida e avaliada negativamente pelos usuários do português, constitui uma inovação pouco propícia a ser incorporada na escrita por razões que já encontrei em outras investigações acerca de outras variáveis. Comprovo que a variante inovadora só tem início no português a partir do século XX e é empregada no Português do Brasil (PB) e no Português Europeu (PB). Utilizo várias amostras para atestar, através de uma ampla análise de dados da fala e da escrita, que a baixa produtividade da construção em foco na fala e sua quase total ausência na escrita se deve ao princípio de marcação que exerce pressão de retração ao avanço da variante inovadora, seja em decorrência da função sócio-simbólica estigmatizante da construção, seja em devido ao fato de que a variante muitas vezes ser mais fácil de processar, mais econômica e menos marcada. Assim, a taxa baixa de emprego de <b>muitas das vezes</b> pode ser explicadada, de um lado, pela aquisição de uma nuança de significado em <b>muitas das vezes</b> que se investe de uma função partitiva ausente em <b>muitas vezes</b>, de outro, por constituir uma forma marcada que compete com uma outra de uso mais amplo e irrestrito, o que dificulta sua entrada efetiva para a modalide escrita no Português. A pesquisa ainda pode lançar luzes para a emergência de outras estruturas inovadoras como <b>algumas das vezes</b>, <b>tanta das vezes</b> e, quem sabe, construções assemelhadas do Espanhol.
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